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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

stregheria


Bruxaria Italiana ou Stregheria





Nos dias de hoje a Bruxaria Italiana se popularizou, muito graças a livros de Charles G. Leland e de Raven Grimassi. Muitas pessoas tem interesse em conhecer a Stregoneria - ou Stregheria como ficou popularizada entre os livros de Grimassi - e muitos são os que clamam para si os títulos de Strega ou Stregone. Mas o que é verdadeiramente a Stregoneria? Quais são suas crenças e práticas? Bem, este é um assunto muito complexo, e tentarei explicar por meio deste pequeno artigo quais são as verdades e mentiras acerca das tão afamadas "streghe".
Em primeiro lugar devemos dizer que Stregoneria compreende uma vasta - e praticamente impossível de listar - vertentes de crenças e práticas das Bruxas que vivem na região mediterrânea da Itália.Grande parte das pessoas acham que Bruxaria Italiana é uma Religião única, aquela que é exposta nos livros de Raven Grimassi; mas isto não condiz com a realidade. Aquilo que é apresentado por Grimassi em seus livros não é nem sequer um porcento da grande gama de tradições, costumes e crenças que fazem parte do termo genérico Stregoneria. Existem centenas de Clãs, Vertentes e Tradições que podem ser classificadas como Bruxaria Italiana; cada qual com suas liturgias próprias, panteões próprios, rituais, sortilégios, encantarias e crenças próprias. E vale ressaltar que existem diferenças imensas entre um Clã e outro. Então, não é possível generalizar a Bruxaria Italiana como uma Religião única, muito menos como apenas aquilo que Grimassi apresenta em seus livros. Como exemplo simples, podemos citar que Bruxas do Norte da Itália tem crenças bem diferentes das Bruxas do Sul da Itália. As primeiras, em sua grande maioria, são cultuadoras de deuses de origem etrusca e romana, enquanto as segundas estão muito mais focadas no panteão helênico. Muitos Clãs de Bruxas do Norte são seguidoras da famosa personagem mítico-histórica conhecida por Aradia, enquanto as Bruxas do Sul nem ao menos ouviram falar da mesma. Há também muitas streghe que são Cristãs. Realizam suas encantarias, maldições e feitiços de amor invocando santos católicos, e não deixam de ir as missas no domingo, pois parte de seus poderes provém da comunhão com a hóstia e o vinho; e sim, elas chegam a amaldiçoar em nome das Chagas de Jesus.
Na Sicília existem as Animulare, que são Bruxas extremamente fechadas, que não revelam seus segredos nem mesmo para seus amigos íntimos - então, será praticamente impossível você ver um "workshop" sobre Bruxaria Siciliana em algum espaço esotérico de lá. Elas tem uma crença totalmente centrada no Culto aos Mortos, nos Vôos ao Sabba (lê-se viagens astrais) e na transfiguração. Deve-se esclarecer aqui que Sabba, para as Bruxas da Itália, não é um festival sazonal, mas sim um Local de Poder, um local no Astral onde ocorrem orgias e festas e onde as mesmas se regozijam com seu Deus das Sombras e do Prazer.
Outro Culto de Bruxas, um pouco mais conhecido na Itália é o Culto dos Benandanti. Os Benandanti eram, na região do Friuli, feiticeiros-cristãos que, durante certa época do ano, lutavam ritualisticamente com os Malandanti (as bruxas "más"), para assim assegurar uma boa colheita. Na região do Benevento temos as Janare, que celebravam seus encontros a meia-noite ao redor de uma grande nogueira sagrada e serviam nuas a Pano, o tão conhecido Deus Pã dos Gregos. Temos as Bele Butele do Veneto, que tem uma prática mais xamânica e divididas em pequenos grupos, normalmente familiares.Enfim, existem centenas de práticas bem diferentes entre si, e que são conhecidas como Bruxaria Italiana. Exatamente por este motivo, torna-se muito difícil falar pela Stregoneria como uma coisa única, como o Sr. Grimassi tenciona. Então, como posso falar sobre as crenças da mesma? Bem, posso falar apenas pelas crenças em que fui instruído por minhas antigas "professoras" e pelas poucas crenças que me foram transmitidas de mais dois praticantes genuínos de diferentes Clãs que conheço.
A Bruxaria Italiana que conheço é uma Bruxaria centrada em um culto Lunar, na adoração de Diana, Lúcifer e Aradia como tríade divina; tríade esta herdeira da tríade etrusca Uni-Tagni-Menerva. A base desta Bruxaria é centrada em três pilares: adoração a tríade supracitada, feitiçaria e leitura de augúrios e oráculos. Temos um vasto panteão de Deuses, semi-deuses, espíritos do tempo e da natureza, demônios e gênios, que atuam nas mais diversas escalas de existência. Necromancia e outras formas de comunicação com os espíritos é algo muito importante dentro de nossas práticas e não vemos os Deuses como facetas da mesma Deusa ou Deus, e sim como seres independentes, que vieram da mesma Fonte, mas que são seres distintos, assim como cada ser humano ou animal é único. Celebramos tanto em Congreghe como solitariamente, mas não admitimos em nossas práticas o tal modernismo da "auto iniciação".
Iniciação, um assunto delicado. Como ela se dá na Stregoneria? De diversas formas, mas é unânime - pelo menos nas tradições que conheço - que ela é transmitida de alguma forma. Em minhas práticas ela é transmitida através de certos Rituais, passada de geração em geração, por meio de ritos secretos que envolvem provações, transmissão de linhagem através do sangue, de certas ervas de poder e outros elementos que não estou autorizado a revelar. Cremos que, somente aqueles que nasceram com um certo Dom, que é reconhecido pelos que são Iniciados, é que podem ser aceitos no seio de nosso Clã; isso implica na exclusão de muitos os que querem seguir nossas tradições? Sim, pois há também muitos que relutam em não fazer parte de nós, mas que depois de algum tempo acabam aceitando os desígnios do Dom. Elitismo? Talvez... Nunca desejamos ser um Culto de massa, e preferimos ser ocultos do que famosos pela mídia; não desejamos arrecadar rebanhos, pois os nossos a nós virão.
Sei que também é possível um certo tipo de Iniciação através de espíritos, e algumas de nossas lendas nos contam sobre streghe que foram Iniciadas diretamente pelos espíritos de seus Clãs. Mas isto nunca foi e nunca será uma "auto-iniciação", e na maioria dos casos, a tal bruxa tentou rejeitar o que lhe estava sendo dado - afinal, o fardo da Bruxaria é muito maior do que a beleza que os neo-pagãos apresentam ao público, sendo tal fardo a dedicação e responsabilidade para com os Mistérios que, pouquíssimas pessoas estão dispostas realmente a seguir.
Um outro tipo de Iniciação bem comum nas práticas da Stregoneria é aquela familiar. A linhagem é transmitida através da ancestralidade, mas os encargos do ofício das Bruxas é também legados por Rituais e Cerimônias.
As bruxas do Clã ao qual pertenço crêem que, para que a magia seja realmente efetiva, é necessário sempre a intervenção de Diana (a Lua), Lúcifer (o Sol) e Aradia (a Terra - o ponto de equilíbrio). Os ciclos sazonais também são observados, para que haja um alinhamento com as marés de poder telúricos oriundos destes períodos, pois é Diana que nos dá o Poder, mas somente por meio da intercessão de Lúcifer (energia solar numa visão metafísica) e Aradia (energia telúrica) que alimentamos o Poder que nos é conferido. Uma de nossas regras é que, nenhuma bruxa pode morrer sem transmitir o Legado à pelo menos uma pessoa. E esta regra é literal, pois se a bruxa não o transmite, ela padece e é impedida de morrer pelos Poderosos, até que transmita o Legado.
Outro fator muito importante em nosso Culto é a adoração aos Ancestrais. Esta adoração está intimamente ligada a Necromancia e aos sacrifícios, libações e oferendas àqueles que nos transmitiram o Legado e a Marca. Sem Culto aos Ancestrais não há Bruxaria.
Pois bem, isto é Bruxaria Italiana. Uma vasta gama de práticas e crenças, espalhadas por toda a Itália, e que em sua maioria se mantém ocultas na sombra dos segredos até hoje. É um Culto a deuses ou santos, no qual somente se é admitido aqueles que foram escolhidos ou pela linhagem consangüínea, ou por carregarem no sangue o Dom adormecido por gerações e que acaba despertando. É acima de tudo, um Culto onde a feitiçaria, os encantamentos, benzeduras, maldições e poções famigeradas, são de total importância para a Bruxa.

Bruxaria X Magia


Bruxaria X Magia

Mago é quem pratica magia. Bruxo é quem pratica bruxaria. Pode parecer simples, e óbvia a diferença, e é mesmo. A Magia tem diversos ramos de estudo, e a bruxaria é apenas uma delas. A bruxaria é uma forma específica de magia que utiliza elementos da natureza. Você pode ser mago e não ser bruxo; pode trabalhar com a magia sem estar ligado à bruxaria.
O foco do mago é a própria magia. Ele lida com ela o tempo todo. Estuda correspondências, astronomia, tabelas, transfigurações, hermetismo, espíritos, cabala, cálculos diversos, necromancia e tudo o que estiver relacionado à magia mais... científica. Muitas vezes o bruxo lida somente com seus objetos de prática no dia-a-dia, como o modo de cultivo e preparo de ervas, rituais para a lua e o sol, coisas do tipo. Não que um seja melhor ou pior que o outro, ou a evolução do outro; somente o foco e o modo de trabalho são diferentes.
Uma diferença que exemplifica bastante é o uso da razão. Não que os bruxos não sejam racionais, obviamente. Mas os magos calculam milimetricamente cada ação, cada ritual, cada trabalho. Usam símbolos, círculos dentro de círculos, uma coisa cerimonial. A bruxaria é infinitamente mais simples. O bruxo colhe as ervas e no momento seguinte já está sujando as mãos para preparar um unguento.
Todo bruxo pratica magia. Mas é a magia natural, simples. A Wicca, por exemplo, tem tanto da bruxaria quanto da magia cerimonial. Athame, espada, cálice - tudo isso vem da magia cerimonial. Um bruxo pega qualquer faca que estiver ali. É uma das diferenças, mas este texto não é sobre Wicca X Bruxaria e sim Bruxaria X Magia.
Um mago é como um cientista. Sabe aquela imagem tradicional do mago sentado em meio a milhares de livros? É isso: é o pesquisador, o racional.
É bastante comum existir uma tradição familiar de bruxos. De magos? Nem tanto. Magos formam ordens.
Todo bruxo é pagão. Magos, não necessariamente. Aliás, muito raramente. A maioria dos magos é cristã. Claro que há controvérsias. Claro que há bruxas italianas (streghe) com algumas crenças cristãs. O mesmo ocorre na Irlanda. É uma característica da cultura local. A história fez isso. Quem somos nós para julgar essas pessoas? Cada um que acredite no que quiser. Estamos falando da prática da bruxaria.
Uma outra diferença, ainda citando a cultura, entre magos e bruxos, é a origem de suas práticas. Os magos possuem suas práticas centradas nas antigas tradições persas, egípcias, babilônias. Os bruxos hoje, ao menos em sua maioria, têm suas crenças enraizadas na cultura européia; celta, italiana.


história da Bruxaria


Histórias da Bruxaria

O Culto da Bruxaria e outras Tradições de Mistérios floresceram até o século IV, quando os primeiros cristãos saquearam e destruíram templos pagãos e proibiram a prática de ritos. Em 324, o imperador Constantino decretou que o cristianismo passaria a ser a religião oficial do Império Romano. Templos pagãos foram destruídos ou convertidos em igreja cristãs. Gradativamente, com o passar dos anos, os costumes pagãos foram absorvidos pelo cristianismo, e a Antiga Religião passou a ser desertada pela população, passando a existir apenas nas sombras. Somente pequenos grupos de pessoas se reuniam nos antigos locais para celebrar os ritos sazonais, pois a maioria temia os fanáticos cristãos, apesar de os habitantes de vilas e cidades ainda consultarem a bruxa local buscando curas e auxílio mágico.

No Sul da Europa, certas regiões ainda se atinham fortemente à Antiga Religião. A Toscana, no norte da Itália, era provavelmente o maior centro de paganismo, seguida de perto pela região do Benevento no centro baixo da Itália. Com o tempo, entretanto, até mesmo esses focos de resistência sucumbiram ante o poder da Igreja cristã. Em 662, um sacerdote cristão chamado Barbatus tentou, em vão, convertê-lo. O imperador Constans II levantou cerco a Benevento, ameaçando aniquilar sua população. Barbatus recebeu a promessa do imperador de que a cidade seria poupada se seus habitantes renunciassem ao paganismo. Romualdus concordou com essas condições. Em 663 Constans levantou seu cerco e Barbutus foi escolhido bispo de Benevento. Os locais de culto pagão foram destruídos e o cristianismo substituiu oficialmente o paganismo.

No norte e no oeste da Europa, a Antiga Religião sofreu intensa perseguição. Os antigos deuses pagãos locais ainda eram cultuados em pequenas aldeias, e muitos povoados possuíam uma sábia ou um sábio entendido em ervas e encantamentos. A igreja atacou violentamente esses indivíduos, rotulando-os de agentes de Satã e utilizando os versos bíblicos contra eles, o que resultou em sentenças de morte por prática de bruxaria
.

Tudo
 o que sobreviveu das crenças, cultos e práticas pagãs foi julgado demoníaco e eliminado pela teologia e pela lei cristã. O Sínodo de Roma em 743 baniu quaisquer oferendas ou sacrifícios a deuses ou espíritos pagãos. O Sínodo de Paris, em 829, emitiu um decreto advogando a execução de bruxas, feiticeiras, etc., citando as passagens bíblicas do Levítico 20:6 e do Êxodo 22:18. o mais antigo julgamento resultando em pena de morte ocorreu em 102 em Orleans, França, Execuções de bruxas ocorreram desde 1100, mas a prática não era aceita até 1300. A primeira execução na Irlanda foi a da Dama Alice Kyteler, em 1324. o primeiro julgamento público , na França, aparentemente ocorreu em 1335, envolvendo uma certa Anne-Marie de Georgel.

Um dos mais antigos exemplos de legislação secular contra a bruxaria foi instigado no século XII por Rogério II, rei normando das Duas Sicílias. Ele afirmou que o preparo de poções do amor, funcionando ou não, era crime. Em 1181, o Doge Orlo Malipieri de Veneza também editou leis punindo poções e magia. Apesar de a bruxaria
 ser um crime punível oficialmente por todo o século XIII, a febre das bruxas do norte da Europa não atingiu o sul da Europa até uniformizar o início do século XV.

Bulas papais, como a editada por Inocente VII em 1484, transformaram a perseguição às bruxas numa epidemia descontrolada. Nos primeiro ano após sua publicação, 41 pessoas forma queimadas em Como, Itália, após as diligentes investigações dos Inquisidores Dominicanos. Em 1510, 140 bruxos foram queimados em Brescia e 300 mais em Como três anos depois. Em Valcanonia, 70 pessoas foram queimadas e o Inquisidor declarou ter outras 5.000 sob suspeita. A Alemenha assistiu a mais de 6.000 execuções e os números totais da Europa Setentrional são estimados em 50.000 durante o período da Perseguição, França e Inglaterra efetuaram menos de 2.000 execuções, enquanto a Europa Oriental totalizou aproximadamente 17.000.

Em 1951, o Parlamento da Inglaterra revogou as últimas leis contra a bruxaria. Pouco tempo depois, surgiu na Grã-Bretanha uma renovação do Culto. Em 1954 e 1959, Gerald Gardner publicou seus livros, Witchcraft Today e The Meaning of Witchcraft (Macmillan, 1922), que revelaram muito acerca da real natureza do Culto. O próprio Gardner eras um bruxo inglês, e muito fez para mudar a imagem dos bruxos influenciada pelo cristianismo. Por mais estranho que pareça, os ritos revelados por Gardner contêm muitos aspectos da bruxaria
 italiana. O nome italiano Aradia surge no Sistema inglês, junto ao texto originalmente em italiano chamado The Charge of The Goddess.

Dois homens cujas pesquisas exerceram grande influência sobre Gerald Gardner foram Charles Leland e James Frazer. Leland estudou e pesquisou a bruxaria
italiana no final do século XIX e Frazer foi notabilizado por sua pesquisa acerca da relação entre magia e religião. Ambos eram autores com obras publicadas; Leland escreveu Aradia – Gospel of the Witches, além de Etruscan Magic & Occult Remedies (University Books, edição de 1963), e Frazer escreveu The Golden Bough (Macmillan, 1922), que foi, por muitos anos, um clássico na área.

Muitos dos elementos da Wicca, como relatados por Gerald Gardner, podem ser encontrados nos primeiros trabalhos de Leland e Frazer. A conhecida Sagração à Deusa, por exemplo, origina-se claramente do texto italiano encontrado em Aradia – Gospel of the Witches, de Leland, escrito quase meio século antes da versão Gardneriana. A prática cerimonial de bruxos realizarem encontros ao natural, o culto a uma Deusa e um Deus, e a prática da magia também são anteriores aos escritos de Gardner e são mencionados em Aradia – Gospel of the Witches (publicado em 1890). Tratei extensivamente desse tema em meu livro Ways of the Strega (Llewellyn, 1995), apresentando abundante documentação histórica corroborando essa idéia.

Durante os anos 1950 e 1960, a Wicca cresceu e se desenvolveu em partes da Europa, nos Estados Unidos e na Austrália. Surgiram muitas revistas Wiccanas e neopagãs, criando uma rede para a comunidade pagã. Dois dos mais bem-sucedidos periódicos eram Green Egg e Circle Network News, os quais ainda hoje são publicações importantes. Outras, como The Crystal Well, Harvest e The Shadow’s Edge forma periódicos importantes em sua época. A Wiccan Pagan Press Alliance (WPPA) serve atualmente como sistema de rede e apoio para escritores e revistas na comunidade pagã.

Durante o final da década de 1960, a Wicca oferecia uma espiritualidade alternativa a uma nova geração, e muitos dos que se envolveram com o movimento hippie desaguaram na Wicca. A Wicca era menos severa e dogmática do que os sistemas judaico-cristãos ainda dominantes nos anos 60. Isso oferecia grandes atrativos a uma geração que já vinha questionando a sociedade e as instituições que a apoiavam.

A Wicca também atraiu aqueles que haviam sofrido emocionalmente com o establishment e a Igreja, em razão de estilos de vida alternativos ou pontos de vista não-convencionais. Após o movimento hippie, que ensinara amor e individualidade, surgiu o movimento da Nova Era. Esse movimento introduziu o uso de cristais, freqüências de ondas mentais, alienígenas e tudo
 o mais que surgisse. Talvez mais do que qualquer outra, a mensagem enfocada pela Nova Era enfatizava o Self, a Individualidade. Não eram os mesmos ensinamentos acerca da individualidade dos anos 60; era muito mais abrangente e difuso.

A década de 1980 talvez tenha assistido às mais significativas mudanças até agora. A filosofia da Nova Era germinou na Wicca e encontrou solo fértil na mente aberta de seus praticantes. Em pouquíssimo tempo, muitas crenças Wiccanas foram modificadas e alteradas para acomodar uma nova geração. Essa década assistiu também a uma abundante produção de livros sobre a Wicca e outros assuntos correlatos. Novas tradições surgiam lá e cá, todas com uma idéia diferente ou um novo enfoque. Essa década desviou o foco das antigas tradições Wiccanas em favor de sistemas ecléticos.

Agora, na década de 1990, temos visto a crescente popularização dos boletins computadorizados tais quais os fornecidos por servidores como Compuserve e Americana OnLine (AOL). Esses serviços oferecem um fórum para que os Wiccanos e neopagãos possam discutir uma variedade de tópicos e formular e responder perguntas. Alguns assinantes formaram Cyber Covens, celebrando rituais on-line através do modem dos computadores. Pessoalmente, tenho minhas reservas quanto ao assunto, mas é interessante observar essa evolução moderna da Wicca.

Por causa de algumas das modificações dentro da Wicca moderna, muitos dos antigos praticantes passaram a utilizar o termo Witch (Bruxo) em vez de Wiccanos para descrever a si mesmos. Esse fenômeno passa a ser especialmente curioso quando se considera que há não muito tempo muitas dessas mesmas pessoas preferiam utilizar o termo Wiccano em razão da incompreensão do público quanto ao verdadeiro significado do que seja um Bruxo. O uso atual desse termo aparentemente indica um desejo de ser identificado como praticante de um sistema de crenças mais antigo e tradicional. Atualmente, a Wicca é formada em grande parte por tradições autogeradas fortemente fundamentadas em material eclético. Quando alguém se intitula Wiccano hoje, pode ser que se identifique com um sem-número de crenças ou práticas que um outro Wiccano não necessariamente aceitaria.

Quando descrevo a Wicca atual como uma religião da Nova Era, se comparada à Wicca de algumas décadas atrás, acodem-me algumas impressões. A Wicca é como uma árvore, e quer me parecer que as Antigas Tradições Wiccanas são as raízes. As novas Tradições Wiccanas são como as flores que se renovam na primavera, e talvez essa Nova Era seja mais uma primavera. A fragrância das flores difere da fragrância da madeira da velha árvore na qual elas crescem. Talvez a fragrância das flores seja a emanação do espírito da árvore, a essência do que a árvore produz.

Para que uma árvore floresça e continue a produzir flores e sementes, ela necessita de um sistema seguro de raízes para nutrir os novos brotos. É muito fácil nos deliciarmos com as flores enquanto esquecemos da planta como um todo. As raízes de uma planta a sustentam em condições adversas. Em muitos casos, a planta pode aparentemente desaparecer, mas a raiz sob o solo restabelecerá a planta novamente em condições ideais. Temo que, atualmente, o objetivo principal da comunidade Wiccana seja o de produzir belas flores, e que o conhecimento da árvore como um todo esteja se perdendo.

Se pudermos unir equilibradamente as novas e as velhas tradições, asseguremos que a sabedoria e o conhecimento de nossos ancestrais sobreviverão com o que nós, por nossa vez, temos a transmitir a nossos próprios descendentes. Nós somos os antigos Wiccanos de amanhã, e espero que nossa coragem e dedicação a essa antiga religião nos traga o mesmo respeito perante nossos descendentes, do mesmo modo que nós honramos os valorosos homens e mulheres que sobreviveram à Inquisição.

O que os antigos Wiccanos preservaram com suas vidas? Uma coleção de encantos e rituais? Seria apenas um confortável conjunto de crenças pré-cristãs que eles preferiam? Não – o que eles protegiam era, isso sim, uma mentalidade e uma espiritualidade. Os instrumentos e as chaves para o entendimento, através do qual os mistérios podiam ser acessados, eram mais importantes do que suas próprias vidas. Eles estavam protegendo as raízes da árvore.

Um de meus professores certas vez me disse que, se não temos nada pelo que valha a pena morrer, então não temos nada pelo que valha a pena viver. Será que arriscaríamos nossas vidas atualmente para proteger nossos Livros das Sombras se condições como as da Inquisição ainda existissem? Será que realmente compreendemos o que era tão precioso aos nossos ancestrais Wiccanos? Há uma velha história sobre um grupo de bruxos que caminhou mar adentro rumo à morte para não ser apanhado pela Inquisição. À medida que avançavam na água, eles entoavam os nomes sagrados da Deusa, até que a última de suas vozes foi silenciada sob as ondas. Esses eram bruxos que compreendiam os mistérios.

A Wicca é como uma árvore com ramos abertos, fornecendo abrigo e alimento a todos os que em sua sombra buscam refúgio. A primavera restaura o crescimento que surge sob os galhos, e da velha madeira da árvore surge então seu fruto. Ocultas sob isso tudo
 estão as raízes que suportam a árvore, mantendo-a de pé. Se essas raízes são bem alimentadas, a árvore floresce. Se as raízes não recebem coisa alguma, conseqüentemente a árvore fenecerá e tombará com o passar do tempo. As raízes da árvore que hoje chamamos Wicca necessitam de nossa atenção. Vamos nos deter e cuidar de nosso antigo jardim. 

História de Bruxas


História da Bruxas

O significado da Bruxaria: um profundo amor ao próximo, pois, segundo as bruxas, todos fazemos parte de uma mesma energia. "Não permitirás que uma bruxa viva" diz o Êxodos (XXII, 18). Esta e outras admoestações bíblicas definiram as bruxas e prescreveram o seu destino. Uma bruxa ou feiticeiro é alguém em ligação com Satanás, o Mal em pessoa, o espírito que se rebelou contra Deus.
Hoje é retratada como uma velha num vestido preto, com um chapéu pontiagudo e montando uma vassoura à Lua Cheia. As crianças vestem-se assim no Carnaval ou no Halloween. Hollywood, por outro lado, conjurou imagens de mulheres bonitas com poderes paranormais ocultos e um instinto psicótico. "Pagãos" ou religiões anti-cristãs da Nova Era, são muitas vezes identificadas com bruxas e feiticeiros porque alguns cristãos pensam que praticam bruxarias ou porque algumas dessas religiões afirmam praticar mágicas ou "o trabalho". Alguns dos membros destes grupos referem-se a si mesmos como bruxas e warlocks (bruxas machos). Alguns auto-intitulam-se feiticeiros e adoradores de Satanás.
Muitos dos bruxos e feiticeiros da Nova Era não adoram Satanás, e são associados com o oculto ou com tentativas de restabelecer religiões naturais que os seus membros associam a religiões antigas pagãs, como a céltica. Uma das mais espalhadas é a Wicca. As bruxas da mitologia cristã eram conhecidas por terem sexo com Satanás e usar os seus poderes para fazer o mal
Os poderes dos inquisidores eram tão grandes, as suas torturas tão variadas e sádicas, que as vitimas acreditavam que estavam realmente possessas.
As crueldades duraram séculos. A caça às bruxas só foi abolida em Inglaterra em 1682. A caça nos EUA teve o seu pico em 1692, em Salem, Massachusetts, onde dezenove bruxas foram enforcadas. A ultima execução judicial teve lugar na Polônia 1793. A ultima tentativa de execução teve lugar na Irlanda em 1900 quando dois camponeses tentaram queimar uma bruxa na sua lareira.
Ninguém sabe quantas bruxas, heréticos ou feiticeiros foram torturados ou queimados pela Inquisição, mas o medo que criou afetou toda a Cristandade. Ser acusado de ser uma bruxa era igual a ser condenado. Negá-lo era provar a sua culpa: claro que uma bruxa dirá que não o é, e que não acredita em bruxarias. Lancem-na ao rio! Se afogar então não é uma bruxa; se nadar, então saberemos que é bruxa e que o Diabo a ajuda. Tirem-na da água e queimem-na, pois a Igreja não gosta de verter sangue!
WICCA

Wicca , é um sinônimo para Bruxaria Moderna. Ou seja, Wicca é uma religião suave e voltada à harmonia com a Natureza, dedicada à Deusa e ao Deus. Seus praticantes são chamados de wiccans, ou bruxas. Pagão também é utilizado.
"FAZ O QUE QUISERES DESDE QUE NÃO FAÇAS MAL"
"TUDO QUE SE FAZ RETORNA EM TRIPLO"
Atualmente, ser uma bruxa continua sendo sinônimo de ser uma pessoa adoradora de Satã, de uma pessoa primitiva, perturbada e louca. E isso foge da realidade. Uma bruxa, é uma pessoa em sintonia com a Natureza, que entende de ervas, plantas, que gosta dos animais, que procura não prejudicar as pessoas nem a si mesma. Hoje em dia, as pessoas procuram na bruxaria uma forma de se sentirem poderosas, temidas. Esse mito foi criado na época de Inquisição, e é estranho como a maioria das pessoas continuam a acreditar que bruxas matam crianças, que tem relações com o diabo, entre outras baboseiras do gênero...

Segundo as bruxas, estes são os critérios para diferenciar bruxaria de satanismo:

» As bruxas usam o pentáculo com a ponta pra cima. Os satanistas invertem-no com a ponta pra baixo, tal como invertem o crucifixo.

» As bruxas nunca usam um crucifixo para qualquer fim, seja na posição correta ou invertido.

» Nunca usamos o número 666.

» Não sacrificamos animais para qualquer fim.

» Jamais fazemos às avessas nada que esteja ligado a fé cristã. Especificamente, não dizemos o Pai-Nosso de trás pra frente.

» Não celebramos Missas negras ou qualquer outra cor de missa.

» Não usamos artefatos cristão e, portanto, não precisamos arrombar igrejas cristãs para roubá-los.

» Não usamos crianças em nossos rituais. Quando nossos filhos participam em cerimônias da Arte, fazem-no nos mesmos termos dos adultos.

» Não causamos dano físico a quem quer que seja, nem projetamos danos em outros.

» Não recrutamos ou fazemos proselitismo (para quem não sabe, é o termo utilizado quando uma pessoa abraça uma religião diferente da sua). Portanto, não convencemos ninguém a mudar de religião e tornar-se pagão).

No caldeirão, a sacerdotisa prepara poção mágica com ervas
A bruxaria tradicional e natural é baseada na mitologia celta (povo que vivia em 700 a.C. onde hoje é a Escócia, Irlanda e norte da Inglaterra) mas utiliza elementos de várias civilizações primitivas e muitas vezes recorre às teorias do psiquiatra Carl Jung, que utilizou a mitologia para explicar a psique humana.
Uma das maiores habilidades da bruxa é saber direcionar a energia inesgotável da natureza a seu favor —como indica a origem da palavra wicca, do inglês arcaico wicce, que significa girar, dobrar, moldar. Os feitiços não utilizam sangue ou animais, mas símbolos mágicos e invocações aos deuses da natureza. Com esse caráter libertário, a bruxaria seduziu as feministas americanas nos anos 70.
Foram elas que deram o maior impulso ao movimento depois de a religião ter sido resgatada da clandestinidade pelo bruxo inglês Gerald Gardner, que ousou publicar um livro em 1949, dois anos antes de cair a última lei contra a bruxaria na Inglaterra. No Brasil, as bruxas —identificadas pelos seus colares e amuletos com uma estrela de cinco pontas— estão sobretudo no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Elas se reúnem nos chamados covens, grupos organizados que ensinam e praticam a Arte, um dos muitos nomes da bruxaria, também chamada de Antiga Religião ou Religião da Deusa.