
O termo experiência de quase-morte ou EQM refere-se a um conjunto de visões e sensações frequentemente associadas a situações de morte iminente por motivo de hipóxia cerebral, geralmente derivadas de paradas cardiorrespiratórias, sendo as mais divulgadas o efeito-túnel e a experiência fora-do-corpo (EFC ou OOBE, também denominada autoscopia). O termo foi cunhado pelo Dr. Raymond Moody em seu livro Vida Depois da Vida, escrito em 1975.
Apesar de frequentemente associadas a uma experiência mística, essas visões tendem a ser explicadas pela comunidade científica como uma resposta secundária fisiológica do cérebro à hipóxia. Em alguns casos, a morte clínica do paciente chegou a ser atestada pelos médicos, mas em nenhum deles houve a confirmação de morte cerebral. No entanto, durante o procedimento de ressuscitação, a equipe médica raramente consegue manter registros sobre as funções cerebrais, pois a emergência exige atenção total ao sistema cardiopulmonar. Por isso, há relatos de situações nas quais o sinal do EEG indica que o cérebro chegou a ficar sem atividade.
Descrição
As pessoas que viveram o fenômeno relatam, geralmente, uma série de experiências comuns, descritas nos estudos de Elizabeth Kubler-Ross (1967), tais como:
um sentimento de paz interior;
a sensação de flutuar acima do seu corpo físico;
a impressão de estar em um segundo corpo, distinto do corpo físico;
a percepção da presença de pessoas à sua volta;
a visão de seres espirituais;
visão de 360º;
sensação de que o tempo passa mais rápido ou mais devagar;
ampliação de vários sentidos;
a sensação de viajar através de um túnel intensamente iluminado no fundo (efeito túnel).

Nesse espaço, a pessoa que vive a EQM percebe a presença do que a maioria descreve como um "ser de luz", embora seu significado possa variar conforme os arquétipos culturais, a filosofia ou a religião pessoal. O portal entre essas duas dimensões é também descrito como a fronteira entre a vida e a morte. Por vezes, alguns pacientes que viveram essa experiência relatam que tiveram de decidir se queriam ou não regressar à vida física. Muitas vezes falam de um campo, uma porta, uma sebe ou um lago, como uma espécie de barreira que, se atravessada, implicaria não regressarem ao seu corpo físico.
Com a multiplicação de referências a acontecimentos comparáveis à experiência de quase-morte, iniciou-se uma nova corrente, em que diversos pesquisadores de todo o mundo deram início à discussão e à análise do fenômeno de forma mais aberta. Grupos da comunidade médica passaram a olhar para a morte e a sobrevivência da consciência sob uma nova perspectiva, como ocorre, por exemplo, na Associação Brasileira de Medicina Psicossomática. Existem observadores que negam as explicações científicas e atribuem esse fenómeno a experiências religiosas causadas por Deus ou tendo outra origem sobrenatural, enquanto outros recorrem a explicações científicas ousadas como a memória genética ou a simbolização do nascimento biológico.
Após a experiência de quase-morte, muitas pessoas declaram terem alterado seus pontos de vista em relação ao mundo e às outras pessoas. As mudanças comportamentais geralmente são significativamente positivas, e o principal fator para a mudança é a perda do medo da morte (tanatofobia). Em geral, a pessoa diz enxergar o mundo de maneira mais vívida, ser inundada por sentimentos de bondade e amor ao próximo, ter vontade de ajudar os necessitados, sentir abertura a uma forma de religiosidade não-dogmática e a crenças orientais como a reencarnação, aceitar-se mais e aceitar mais os outros, perder o sentido de importância do ego e se preocupar menos com as opiniões dos outros. Essas pessoas alegam que passaram a valorizar mais as suas vidas e as dos outros, reavaliaram os seus valores, a ética e as prioridades habituais e tornaram-se mais serenas e confiantes.
http://esquilo-pt.blogspot.pt/2008/12/apresentao-experincias-de-quase-morte.html
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